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sábado, 18 de junho de 2016

O Bicudo do Algodoeiro (Anthonomus grandis)

O Bicudo do Algodoeiro (Anthonomus grandis, Boheman)
Pertencente à maior ordem de insetos, com cerca de 40% das espécies conhecidas de Hexápoda, tendo grande importância econômica em regiões produtoras de algodão, o Bicudo do Algodoeiro (Anthonomus grandis) é sem dúvida alguma a principal praga da cultura. A ordem Coleoptera, a qual pertence o Bicudo, é formada por várias Subordens e Superfamílias, sendo incluído na Superfamília Curculionoidea e na Família Curculionidae, todos os membros desta família são fitófagos, ingerindo plantas vivas e mortas e muitos representam pragas sérias como o Bicudo (TRIPLEHORN e JOHNSON, 2011). A principal característica desta família é o ROSTRO (probóscide ou focinho) alongado na cabeça do inseto. Os adultos medem cerca de 6 a 7 mm de comprimento, são avermelhados a castanhos, com um rostro delgado de aproximadamente metade do comprimento do corpo. Os fêmures das pernas dianteiras apresenta 2 aristas (espinhos), uma maior que a outra. Os fêmures das pernas medianas e posteriores só apresentam uma arista (TRIPLEHORN e JOHNSON, 2011).
O adulto oviposita principalmente nos botões florais, mais pode também ovipositar nas flores e maçãs, isto, quando não existem mais os botões florais. Os botões florais e as flores atacadas caem, as maçãs, além da destruição interna, pela alimentação das larvas, não se abrem. É considerada uma praga prolífera, tendo capacidade de oviposição de até 300 ovos, sendo que sua postura diária é de 6 ovos, podendo provocar reduções da produção na ordem de até 70% (NAKANO et. al., 1992). Os botões caem ao solo, contendo larvas que se empupam e se transformam em novos adultos. O ciclo de vida de ovo a adulto é de 19 dias, vivendo ainda cerca de 30 dias. Pode ocorrer de 4 a 6 gerações por safra. Adultos migram para áreas permanentemente vegetais (matas e bosques), e ali permanecem quando as condições não lhe são favoráveis, aguardando o próximo plantio (NAKANO et. al., 1992).

Controle: A amostragem é feita pela coleta de botões florais do terço superior de 20 pontos em 5 plantas a partir dos 40 a 50 dias. O Nível de Controle (NC) é de 10% dos botões atacados. Em regiões de alta infestações há necessidade de 3 períodos de aplicações de químicos: 45 – 50 dias, 75 dias e 105 dias. Controle químico: Endossulfan (Thiodan), Methidathion (Supracid), Betacyflutrin (Bulldock), Deltamethrina (Decis SC), Zetacypermetrin (Fury), etc. Piretróides somente depois dos 80 DAE (ARANTES, 1998).
Vazio sanitário: É um período com a ausência de plantas de algodão vivas, que podem ser cultivadas ou voluntárias (chamadas de soqueira). Em cumprimento com a portaria estadual nº 174 de 29 de julho de 2004 e pela Instrução Normativa do MAPA nº 49 de 28 de janeiro de 2000, todas as plantas de algodão, cultivadas ou voluntárias, devem ser destruídas pela utilização de produtos químicos ou métodos físicos (gradagem por exemplo), tendo como objetivo evitar a “ponte verde” para as pragas, em especial, o Bicudo, ou seja, eliminar o alimento para o inseto, fazendo com que seja quebrado seu ciclo biológico, e por consequência, diminuição da sua população para a próxima safra.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ARANTES, N. E., et al. Guia técnico de campo 01, Algodão e Soja, APSEMG, Belo Horizonte – MG, 174p. 1998.
BUZZI, Z. J.; Entomologia didática. 6. ed. Curitiba, PR. Ed. UFPR. 2013.
NAKANO, O.; MARCHINI, L. C.; BATISTA, G. C. Pragas do Algodoeiro. In: Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz - FEALQ (Ed (s).). Curso de Entomologia aplicada à agricultura. Piracicaba, SP. 1992. p. 411-440.
TRIPLEHORN, C.A.; JOHNSON, N.F.; Estudo dos insetos – tradução da 7º edição de Borror and Delong’s Introduction to the study of insects, Editora Cengage Learning, São Paulo; 809p. 2011.

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